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segunda-feira, 19 de março de 2012

Programa de inclusão digital

INSCRIÇÕES 19/03/2012 - 01h30

Ficam abertas até quarta-feira, 21, as inscrições para a seleção do Programa de Inclusão Digital e Social do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) de Beberibe.
 Para participar é necessário estar cursando ou ter concluído ensino fundamental ou médio, ter idade entre 15 e 24 anos e renda familiar de até um salário mínimo por pessoa.
Quem quiser se inscrever deve comparecer ao CVT de Beberibe até o próximo dia 21, das 7h30min às 11h30min e das 13 horas às 17 horas.
Os selecionados na primeira fase serão entrevistados na quinta-feira, 22.
A divulgação dos selecionados ocorrerá na sexta-feira, 23.
As aulas terão inicio na próxima segunda-feira, 26 de março. As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior.

Sem consenso, permanece o atraso para votação do PNE


METAS NA EDUCAÇÃO  -  19.03.2012

O Plano Nacional deve beneficiar o Ceará principalmente com a ampliação do ensino profissional e superior

O início de 2011 era para ter sido marcado pela aplicação das estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE), mas o projeto não saiu do papel e nem a base aliada do Governo chegou a um acordo para votar a proposta, herdada da gestão Lula. Por conta disso, a matéria continua aguardando votação na Câmara Federal. Agora, o anúncio do Ministério da Educação sobre o aumento do piso dos professores reforça essa falta de consenso.

O dia 20 de março está sendo trabalhado como o novo prazo para a apresentação do relatório atrasado do PNE. No entanto, depois de passar pela Câmara, o projeto seguirá para o plenário e, somente depois disso, caso não haja alteração, será enviado para sanção presidencial. Ou seja, ainda é longo o caminho que o projeto de lei número 8035/10, do PNE, irá percorrer para conseguir ter as estratégias colocadas em prática no País.

A matéria em debate, que recebeu mais de 3.000 emendas, estabelece 20 metas, além de dezenas de diretrizes destinadas a melhorar os diversos índices do Brasil na área da Educação. Além disso, a proposta trata da erradicação do analfabetismo; da superação das desigualdades educacionais; da formação para o trabalho; da promoção humanística, científica e tecnológica do País; valorização dos profissionais da educação; dentre outros.

No entanto, o que ganha destaque entre os debates do Congresso é o percentual de investimentos para dar conta de tudo isso. No relatório da comissão especial, o deputado Angelo Vanhoni (PT-PR) alterou um pouco a sugestão do Governo e, ao invés de usar 7% dos recursos do Produto Interno Bruno (PIB) para financiar a Educação no Brasil, - índice proposto na mensagem original - ele sugere um intervalo entre 7,5% e 8%, o que ainda desagrada a muitos, que defendem 10%.

Avanços

"Nas metas pré-estabelecidas houve avanços, mas não adianta nós termos os avanços em termos de metas e objetivos se não dermos as condições orçamentárias para a execução nas três instâncias: municípios, estados e União", reclamou o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PMDB), lembrando a mais recente preocupação dos prefeitos cearenses em relação à Educação, que é a de pagar o novo piso nacional instituído pelo MEC, reajustado em quase 22% do atual.

O tucano explica que muitos gestores não têm condições de arcar com as despesas do pagamento do piso nacional. "O prefeito vai ter que deixar de fazer alguma coisa importante para poder pagar o salário, que é justificável, dos professores do ensino público. Então há uma dissonância, e isso vai gerar piora nos indicadores", disse Gomes de Matos durante entrevista ao Diário do Nordeste.

Solução

A solução diante dessa questão, segundo o deputado federal Danilo Forte (PMDB) pode estar na distribuição dos royalties do petróleo, que também ainda aguada votação no Congresso Nacional. O parlamentar diz que os prefeitos estão "sacrificados" por não darem conseguirem pagar as contas de todas as demandas e cobra maior agilidade para redistribuir os royalties, o que pode poderá ajudar os gestores.

Para ele, o anúncio do novo piso dos professores "inevitavelmente terá repercussão na votação do PNE". Por isso, Danilo lembra a mobilização do PMDB em relação ao tema. "O piso é mais uma demanda a ser gerada e o que pode acontecer é se estipular um prazo para a execução física do que o PNE determinar para se chegar a alguma solução econômica", ressaltou.

Financiar

O deputado federal Artur Bruno (PT) avisa, porém, que o Governo conseguirá financiar as estratégias propostas no Plano, embora reconheça como legítima as aspirações dos movimentos que reivindicam maior percentual. "Todas as metas são quantificáveis, inclusive a previsão de investimento para cada meta. Claro que mesmo que o Governo prove que 7% ou 8% é o suficiente, nós vamos querer mais por que dinheiro para a Educação nunca é demais", diz.

Questionado sobre as iniciativas do PNE sobre as quais o Ceará ganhará grandes benefícios, Bruno citou as meta para educação profissional, que é de triplicar o número de vagas até dez anos após aprovação e a meta de duplicar as vagas de ensino superior. "Isso repercutirá muito na educação pública do Ceará", explicou Bruno, lembrando que o Estado serviu de modelo ao mostrar que está alfabetizando crianças com 7 anos, enquanto o PNE tinha como meta para isso os 8 anos de idade.

Otimista

Enquanto isso, o deputado Eudes Xavier se mostra otimista em relação à votação do PNE e acredita que a discussão em torno do novo piso dos professores não deverá atrapalhar a aprovação do Plano. O petista defende um investimento de 10% do PIB na Educação, mas afirma que, caso isso não seja possível, é importante que o Congresso trabalhe em torno de um consenso que possa "ampliar investimentos e vá melhorando os índices da Educação no Brasil".

Eudes Xavier ainda lembrou o ´Movimento Todos pela Educação´ afirmando que os integrantes do grupo têm feito uma "pressão positiva" sobre as bancadas da Câmara Federal em relação ao Plano Nacional de Educação. "Eu aposto na possibilidade do PNE ser votado neste semestre, até mesmo porque há uma necessidade real do plano ser aprovado para se dar mais suporte e valorização aos professores, por exemplo", ressaltou.

FIQUE POR DENTRO

Proposta tramita no Congresso há quase dois anos

O Plano Nacional de Educação (PNE) foi enviado à Câmara dos Deputados em 2010 com as metas relacionadas ao intervalo de anos 2011-2020, mas nunca houve consenso entre os parlamentares para a aprovação da matéria. Agora, com quase dois anos de tramitação no Congresso Nacional, a pressa de alguns partidos para aprovarem o PNE até o fim de junho ocorre porque, com o início da campanha eleitoral deste ano, no próximo mês de julho, grande parte dos parlamentares deverá se dedicar a campanhas próprias ou de seus aliados nas bases eleitorais, e alguns trabalhos do Legislativo Federal serão deixados de lado.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

96% dos alunos com nível ruim em Matemática


Cidade - 3º ANO - 08.02.2012


A ONG Todos pela Educação divulgou a pesquisa ´De Olho nas Metas 2011´, que avalia a qualidade do ensino

Estar fisicamente presente na sala de aula não é mais sinônimo de que a população está aprendendo os conteúdos repassados. O problema seria mesmo a qualidade do ensino ofertado. Uma pesquisa anual divulgada ontem pela organização não-governamental (ONG) Todos pela Educação denunciou algo bem grave: apesar do Ceará estar na 3ª posição nacional, com melhores índices de universalização do acesso, com 87% de taxa de atendimento, os níveis de aprendizagem estão ruins, diz o estudo.

O entrave estaria sendo, principalmente, com a língua portuguesa e a Matemática. Na área de exatas, os estudantes do 3º ano do Ensino Médio na rede pública, por exemplo, obtiveram notas vermelhas durante todo o ano: 96,5% deles não conseguiram alcançar um nível considerado adequado pela ONG. A triste situação se repete com o Português; 80,65% tiveram desempenho ruim. Neste cenário, maioria dos jovens tem saído da escola sem saber ler e contar.

Este relatório anual possui o intuito de acompanhar os indicadores educacionais ligados às cinco metas estabelecidas pelo Todos Pela Educação para serem cumpridas até 2022. A primeira meta é chegar ao índice de 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados e frequentando a escola no prazo de dez anos. O Ceará ainda está longe, faltam 11 pontos.

Como conseguirão, então, enfrentar o concorrido e exigente mercado de trabalho se estão saindo tão despreparados e com baixo nível de cognição e saber?

Dificuldades

Infelizmente, a pesquisa aponta ainda várias fragilidades. O problema do abandono dos estudos ainda é grave. Conforme a ONG, 8% dos estudantes cearenses estão fora da escola, na faixa etária entre 4 e 17 anos. São mais de 160 mil meninos e meninas que poderiam estar abrindo a mente para o conhecimento e estão, muitas vezes, perdendo o rumo.

Na idade entre 15 e 17 anos, o índice é bem maior. São 18% deles que não frequentam à escola. Para agravar a situação, é justo nesta fase, no ensino médio, o maior índice de distorção idade-série. Um total de 59% dos estudantes está concluindo o ensino fora da idade certa, de 19 anos.

Capital

Fortaleza também tem feito feio, conforme o estudo, com relação ao cumprimento dos índices da ONG. Com relação à meta 3 - aquela que se refere à aprendizagem de Português e Matemática - 75,3% dos alunos do 5º ano, na matéria de redação, não atingiram, entretanto, os índices de aprendizagem e 81,5% não tiveram êxito nas áreas de exata.

Com relação ao 9º ano na rede pública municipal, 91,9% dos alunos da Capital, que estão estudando Português, por exemplo, não atingiram as metas de aprendizagem e 78% em Matemática.

Nacionalmente, a tendência segue a mesma do Ceará. Apenas 42,8% dos alunos que concluem o 3º ano do ensino fundamental têm as habilidades em Matemática esperadas para a série referida. Estão defasa

Para a professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), doutora na área de Educação, Xênia Diógenes, a pesquisa aponta uma realidade que nem sempre é clara nas pesquisas feitas pelos governos e retrata a complexa relação entre a universalização do ensino público e a conquista da qualidade da educação.

"O grande desafio não é mais o acesso. Isso estaria quase superado. Entretanto, não basta só pôr a criança na escola. A instituição de ensino tem, sim, que corresponder à expectativa de conhecimento. O problema está na política, na gestão da escola, na falta de planejamento", critica.

A professora comenta, ainda, que é preciso reinventar os processos, trazer situações de aprendizagem que tenham mais significados para o estudante. "A gente ainda permanece com uma política que não dá conta de oferecer tempo para o professor ter formação dirigida para a mudança dos quadros. Na teoria, já temos bons avanços de conceitos. Mas, efetivamente boas práticas não se deram. Há um vácuo entre o conceito e realidade", diz.

O orientador da célula de estudos e pesquisa da Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), Daniel Lavor, lamenta a situação. Ele relata ainda que a piora nos índices de aprendizagem se deve também à universalização. "Temos mais alunos nas escolas. Entre os bons, temos muitos outros bem fracos que, nos outros Estados, são desestimulados a abandonarem os estudos", diz.

Entretanto, Lavor espera a melhora dos resultados já nesse ano. Ele afirma que há em curso uma iniciativa, segundo ele, muito importante que tem preparado os meninos e meninas já no primeiro ano do ensino médio. "Ainda precisamos continuar investindo. Mas estamos melhorando, sim. Pegamos um histórico ruim de alunos fracos, negligenciados por outros governadores", explica o técnico.

Ainda sobre a pesquisa, a Secretaria Municipal de Educação (SME) não quis se pronunciar, disse não ter conhecimento do estudo e só iria se pronunciar após acessar o documento.

SAIBA MAIS

Com taxa de atendimento escolar, entre quatro e 17 anos, de 87,1%, o Ceará ocupa a 3ª melhor posição nacional em relação ao acesso.

Entretanto, de um montante de 2.040.738 estudantes matriculados, 8% desses, 160.788, estão fora da sala de aula no Ceará
.
Na idade entre 15 e 17 anos, a evasão é maior ainda, de 18,4% com relação à aprendizagem, 77,9% dos alunos do 5º ano da rede pública estão abaixo do nível adequado na língua portuguesa. Em Matemática, o nível é pior, de 82,7% de reprovação.

Um total de 83,6% dos alunos do 9º ano da rede pública, por exemplo, estão com rendimento ruim em Português. Com relação à área de exatas, 93,8% vão mal.

No ensino médio, a situação piora. 96,5% dos estudantes estão com rendimento ruim em Matemática e 80,6% em Português.

Um total de 58,9% dos alunos do ensino médio não estão se formando na idade certa, 19 anos, no máximo.

Pesquisa

18% dos adolescentes cearenses entre 15 e 17 anos estão fora da escola. Também nesta fase se constata o maior índice de distorção idade-série.

IVNA GIRÃO
REPÓRTER

Creches vão ser agilizadas

MEC 08/02/2012 - 01h30

Será sugerida a utilização de unidades pré-moldadas, com modelo ainda a ser definido
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, atribuiu aos municípios a responsabilidade pela lentidão na construção das creches e unidades de pré-escola, uma das metas de governo da presidente Dilma Rousseff. Por isso, vão ser propostos agora “novos métodos construtivos” para agilizar os serviços. As novas medidas foram anunciadas em Brasília pelo ministro, no mesmo dia da divulgação de indicadores que apontaram deficiências na educação brasileira.

Afirmou ainda que sua pasta está efetuando os repasses para a construção de creches, mas que os municípios estão em um ritmo diferente, que atrasa o processo e ameaça atingir a meta de 6.400 unidades construídas, entre creches e pré-escolas, porque o MEC considera as duas faixas etárias em uma única classificação: educação infantil.


Por isso, será sugerida a adoção de métodos construtivos, como a utilização de unidades pré-moldadas: o modelo adotado ainda vai ser definido. A previsão do governo é que a duração das obras nesse caso passe para seis meses.


O MEC pretende no segundo semestre lançar uma tomada de preço para a construção das creches em todo o País, em um modelo parecido com a de compra de ônibus escolares e dos tablets. (das agências de notícias)

O quê


ENTENDA A NOTÍCIA


Com a reação do ministro à lentidão na construção de creches - a primeira crise de sua ainda curta gestão -Mercadante pretende compartilhar com as administrações locais possíveis ônus políticos. Justamente em uma área de declarada prioridade do governo Dilma

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Especialista defende serviço psicológico


Cidade - PARA EDUCADORES - Para médico, problema dos professores faz parte de um quadro complexo de questões econômicas e sociais


03.02.2012


Os problemas decorrentes do ambiente estressante são incluídos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na classificação internacional de doenças, lembra o psiquiatra Orlando Monteiro. Para ele, a problemática vivenciada pelos professores está inserida em um quadro complexo, no qual se destacam questões econômicas, sociais, desajustes familiares, uso de drogas e banalização da violência. "Em Medicina, costumamos cuidar não apenas do doente, mas também do contexto no qual ele está inserido", frisou.

Os professores da rede pública, via de regra, fazem parte do sofrimento de um grupo, que inclui os alunos e a sua família, "que, muitas vezes, não consegue educar seus filhos e passa para a escola essa tarefa".

O psiquiatra reconhece que o estresse, a angústia, a ansiedade e, até mesmo, o pânico estão inseridos no dia a dia de muitos educadores da rede pública de ensino. "É preciso fazer um trabalho mais amplo com a sociedade e estudar estratégias que permitam esses profissionais exercerem o seu trabalho", comentou o especialista.

O médico também propôs a criação de um serviço de assistência psicológica para esses professores, "pois há situações nas quais não bastam o afastamento temporário ou a transferência para outras funções".

Preocupação

O presidente do Sindicato dos Professores e Servidores da Educação do Ceará (Apeoc), Anísio Melo, cita que a entidade já solicitou às redes municipal e estadual de ensino um debate sobre os números relativos ao afastamento de professores da sala de aula. "Devemos analisar as causas e procurar a solução".

Segundo ele, na categoria, vem sendo identificados, principalmente, problemas de voz e um grande número de doenças psíquicas, tais como estresse, depressão e a Síndrome de Burnout, que é um distúrbio psicológico ocasionado pelo esgotamento físico e mental. "A carga horária excessiva - manhã, tarde e noite -, a falta de valorização profissional, os conflitos e violência nas escolas motivam as licenças médicas", observou o presidente da Apeoc.

A situação resulta na contratação na rede pública de professores substitutos. Anízio Melo informa que, na rede estadual de ensino, atuam, aproximadamente, 23 mil professores. Contudo, desses, 11 mil são temporários. No Município, são cerca de 10 mil educadores, dos quais 4 mil possuem contratos de prestação de serviço.

Professores lideram pedidos de licença médica na Capital


Cidade - SITUAÇÕES DE ESTRESSE - 03.02.2012

Levantamento do IPM indica que, além de patologias da voz, esses profissionais sofrem de depressão e neurose


Um dos maiores vilões para o exercício do magistério, o giz, entrou em desuso, em algumas escolas da rede pública, há pelo menos uma década. Contudo, na difícil tarefa de transmitir o conhecimento, outros vilões persistiram ou despontaram e são, hoje, os responsáveis por tornar o educador o profissional que mais se ausenta do trabalho devido às questões de saúde.

Em Fortaleza, os professores da rede pública lideram os pedidos de licença médica e de transferência de função, conforme levantamento do Instituto de Previdência do Município (IPM). No ano passado, a Junta Médica do IPM realizou 19.415 atendimentos. A licença médica foi a principal demanda, sendo concedidas, no período, um total de 10.561. Entre os servidores municipais atendidos, sobressaíram-se os professores, para os quais foram concedidas 4.921 licenças e 591 readaptações.

Saúde

Apesar de, no Município de Fortaleza, os professores serem maioria (chegam a quase 35 mil servidores), o levantamento indica que a categoria tem um quadro de saúde preocupante, admite a coordenadora da Junta Médica do IPM, Auxiliadora Gadelha. As patologias decorrentes do uso excessivo da voz lideram entre os problemas físicos. Já as neuroses, depressões e síndrome do pânico são as questões psíquicas mais comuns.

"Tem profissional que entra em pânico ao se deparar, em sala de aula, com a problemática de crianças pobres, com famílias desestruturadas, que muitas vezes usam drogas ou até mesmo são agressivas", observa a médica do IPM. Quanto às doenças da voz, ela cita as disfonias, laringites e pólipos focais.

Também a chefe da equipe lotação de pessoal da Secretaria de Educação do Município, Leuma Asfor, reconhece o grande número de pedidos de afastamentos do trabalho por parte do professores da rede pública. "Hoje, o educador não tem nem vez nem voz", reclama, explicando ser difícil, em muitas situações, conter crianças e adolescentes indisciplinados. "Algumas são mesmo violentas. Chegam a ameaçar o professor, até mesmo devido à nota baixa que recebem", conta ela.

Leuma Asfor confirma não serem raros os pedidos de afastamentos motivados pelas ameaças de morte por parte de estudantes que tiveram contrariedades de pouca relevância. "Alguns alunos cumprem regime de liberdade assistida", lembra, adiantando que os conflitos registrados na escola, muitas vezes, são apenas uma decorrência do que já existe dentro de casa. "Isso e a carga horária excessiva provocam uma situação de muito estresse", comenta.

O quadro de aflição e temor vivenciado por muitos professores foi facilmente comprovado pela reportagem em uma rápida visita a escolas da rede pública. Embora, de um modo em geral, a diretoria dos estabelecimentos de ensino fizessem questão de negar as ocorrências de conflitos, alguns professores admitiram o problema. Porém, temerosos de represálias por parte dos alunos, preferiram omitir a sua identidade.

Agressões

"A gente vive em estresse contínuo", afirma um professor de Educação Física da rede municipal e estadual, relatando que um aluno já tentou arremessar contra ele um tijolo, sem nenhum motivo aparente. "Ele brigava com facilidade com os colegas e até tinha chutado uma garota. Noutra ocasião, recebeu ameaça de morte de um estudante que ele levou para a direção devido à indisciplina e por se negar a fazer suas tarefas. O professor chegou a fazer um Boletim de Ocorrência na Delegacia, mas retirou o BO ao saber que o adolescente, residente no bairro Tancredo Neves, era envolvido com drogas. Eu tive até problemas digestivos, refluxo. É uma situação pesada", relata.

Medo, palpitações cardíacas e estresse foram os principais tormentos vivenciados por uma professora de uma escola do bairro do Mucuripe após ser ameaçada de morte. Ela recorda que um aluno, anonimamente, fez chegar às suas mãos um bilhete contendo desenho de uma pessoa sendo perfurada com um punhal, inclusive nos órgãos genitais. Apavorada, pediu licença e nunca mais retornou àquela unidade. "Não houve sequer uma investigação para se descobrir o autor dos desenhos", lamenta ela, lembrando que também tem doenças nas cordas vocais.



Escola realiza trabalho para conscientizar

A vice-diretora da Escola Municipal do Ensino Infantil e Fundamental (EMEIF) José Ramos Torres de Melo, Janaína Silva, garante que, nesta unidade da rede pública municipal, localizada no bairro do Mucuripe e em área de abrangência da Secretaria Regional II (SER II), não são identificados conflitos entre os alunos e professores.

A escola, atualmente, vem desenvolvendo a Campanha "Respeito é bom e eu gosto" como uma das estratégias para conscientizar os alunos quanto aos valores morais necessários a um boa convivência na escola. "A gente procura incutir no aluno a importância de uma boa convivência com os colegas, professores e funcionários", cita.

Problemas vocais

Contudo, adiantou, são comuns problemas de voz entre os educadores. Fenda glótica e calos nas cordas vocais destacam-se, já tendo provocado o afastamento de alguns profissionais das atividades. "Eles precisam falar muito com os alunos e terminam comprometendo a voz", afirma.

MOZARLY ALMEIDA
REPÓRTER



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Escola estadual do bairro Serviluz dá exemplo de superação e esperança


Cidade - Terça, 31 de Janeiro de 2012

Em meio a um bairro com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHm), projetos sociais e a escola levam a jovens perspectivas de uma vida melhor, baseadas na educação e em regras de convivência social. No Serviluz, considerado um dos mais violentos da Capital, a Escola Estadual Helenita Mota comemora, neste início de ano, além dos seus 25 anos, a melhoria dos seus indicadores e o ingresso de alunos na Universidade. Uma vitória para a instituição, que já foi considerada a pior escola de Fortaleza, em 2009, de acordo com reportagem da revista Época.

Apesar da carência de estrutura, desde 2010, programas voltados ao incentivo à leitura e aos estudos diminuíram a evasão escolar. Pais estão mais presentes na educação dos filhos e alunos com melhores desempenhos em provas institucionais, no Enem e vestibular.

De acordo com o coordenador pedagógico, professor Marcus José do Nascimento, a recente gestão, que conta com novos professores, a diretora Roberta Batista, e o apoio da Secretaria de Educação do Ceará (Seduc) e a Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor), trouxeram à Escola um novo “olhar” para o futuro, dando aos estudantes a expectativa de ingressar no ensino superior.

“Antes, a Universidade era algo irreal para os estudantes. Hoje, a perspectiva mudou, eles estão se esforçando. Viram que estamos investindo com ousadia, fazemos relatórios mensais, conversamos. É uma comunidade difícil de ser trabalhada, existe muita violência, mas vamos formar cidadãos e encaminhá-los ao ensino superior”, expande Marcus José.

PROGRAMAS E RESULTADOS

Para que os índices de aprovações fossem superados, a Escola conta com programas como o Mais Educação. São aulas extras de letramento, matemática, capoeira e informática durante todo o dia, para alunos do ensino fundamental. Existe também o Pré-vert, curso preparatório para vestibular e Enem, realizado todas as semanas.

A aprovação do aluno Wesley Zeferino Costa no curso de Filosofia da Universidade Estadual do Ceará (Uece) foi uma das grandes conquistas da Instituição. No ano de 2009, nenhum aluno havia se inscrito para a seleção da Universidade. No ano seguinte, foram 28 candidatos, dos quais três foram aprovados para segunda fase. Já em 2011, quase 40 estudantes fizeram o vestibular. Destes, sete passaram para segunda fase, três ficaram entre os classificados e Wesley alcançou a vaga.
Em 2009, o Sistema Permanente de Avaliação do Estado do Ceará (Spaece) teve participação de 44% dos alunos. Em 2011, o percentual saltou para 80%. “As melhores notas ganhavam um computador e estimulamos com simulados”. 

Já no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o número de inscritos saltou de quatro, em 2009, para mais de 60, no ano passado. Cerca de 100 alunos da Escola estão aptos para realizar o Exame. “A estratégia para o Enem é fazer simulados e oficinas de redação todas as semanas, durante todo o ano. Muitos eram analfabetos funcionais”.

ESTRUTURA

A Escola, que abriga cerca de 600 estudantes, possui apenas quatro salas de aulas. De acordo com Marcus José, a situação está gerando desconforto, principalmente, aos alunos do pré-vestibular e cursinho, que precisam recorrer ao Centro Social Luiza Távora, ao lado da Escola. Por conta da falta de espaço, em 2012, a Instituição só receberá alunos a partir da 9ª série.
“Já requeremos que a Escola seja ampliada. O Governo está tentando comprar um terreno ao lado para construir novas salas. Estamos esperando que o laboratório de Informática e o de Ciência funcionem também. Os funcionários estão fazendo sua parte, mas é preciso estrutura”, aponta o professor.


Educador aponta falta de ´escola solidária´


Regional - SÃO GONÇALO DO AMARANTE

31.01.2012

Uma escola menos competitiva e mais solidária é apontada como futuro para uma nova Pedagogia

Fortaleza. Uma escola que não se volte tanto para a competição. Ao contrário, incentiva os alunos a formar uma equipe solidária e participativa, com um rosto mais humano. Nessa unidade, prevalecerá a cooperação e a solidariedade entre as pessoas.

O que pode ser uma utopia é uma convicção pedagógica para o educador português Rui Trindade, ao defender, ontem, a difusão de uma escola comunitária, mais solidária. Ele proferiu palestra durante a abertura do Congresso Internacional sobre Formação de Professores, em São Gonçalo do Amarante.

Segundo Rui Trindade, que é doutor em Ciências da Educação e professor na Universidade do Porto, em Portugal, as demandas do Brasil, não diferem das de Portugal ou dos Estados Unidos, para citar exemplos de países.

No entanto, Trindade ressaltou que em toda parte se faz necessário a elaboração de uma pedagogia solidária, como forma de resgatar "o rosto mais humano da escola".

"Podemos até admitir que os engenheiros nazistas foram competentes quando conceberam Auschiwitz (campo de concentração para judeus localizado no Sul da Polônia na II Guerra Mundial). No entanto, não há necessidade de tanta competência, mas sim de humanidade", afirma o educador português.

Desempenho

De acordo com Trindade, as experiências e os estudos já realizados com essa nova escola já apontam para um melhor desempenho dos estudantes, especialmente em disciplinas como Matemática e Ciências.

"Esses estudos demonstram que não apenas melhoramos a qualidade do aprendizado como também formamos pessoas melhores", destacou. Afinal, como lembrou, o trabalho em equipe, se faz fundamental na indústria, nos grandes empreendimentos e nas ajudas humanitárias.

"A escola comunitária é fundamental para as sociedades democráticas. Ela deve se fazer presente, sobretudo, quando experimentamos um contexto que ajuda ainda mais a autonomia intelectual e a capacidade de desenvolver talentos", afirmou o convidado para a primeira palestra do Congresso.

O Congresso Internacional realizado em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza, faz parte da 7ª Jornada Pedagógica, que segue até hoje na cidade.

Promovida pela Secretaria Municipal de Educação, o evento está sendo realizado para toda a rede de ensino, tanto pública como privada, e tem a participação de palestrantes nacionais e internacionais como Marcelo Sando (Paraná), autor da obra "Notas & Reflexões Sobre Educação"; e também Ariane Cosme (Portugal), autora do livro "Todas as aprendizagens".

Nova Metodologia

De acordo com a secretária de Educação do Município, Fátima Barbosa, a jornada pedagógica já assumiu destaque no calendário de eventos daquela pasta, com o objetivo de melhor qualificar o quadro docente daquele Município. Agora, chama a atenção que o evento cresceu e motivou que se convidasse palestrantes de outros países. Nesta edição, os convidados estrangeiros são educadores portugueses, que falam de suas experiências pedagógicas para serem implementadas de maneira global.

Fátima diz que a ideia não é restringir o congresso apenas para os professores da rede municipal. "Nosso trabalho é para o Município. Daí que também estamos chamando professores das escolas particulares, para que conheçam e interajam com nossas experiências", afirmou a secretaria de Educação.

Ela lembrou que os docentes da rede particular podem conhecer as formas de controle do aprendizado, especialmente o acompanhamento externo. "São formas educativas que se complementam", disse.

Hoje, o Congresso terá continuidade com a conclusão de palestras e encaminhamentos que serão feitos pelos participantes durante os dois dias de realização do evento.

Prosperar

Ontem, foram proferidas as palestras "Transformando o ambiente escolar numa comunidade de aprendizagem escolar: inter-relação dos papéis de supervisão, coordenação escolar e professores", com Rui Trindade, pela manhã.

Também pela manhã, foi discutida a "Avaliação na educação infantil e sua importância social e política no fazer educativo", com Ariana Cosme

Por fim, o dia foi encerrado com a temática "Caminhando juntos na Educação e na Vida: Ora falas tu, ora falas eu!", com Rui Trindade e Ariana Cosme.

Hoje, o encontro se encerra com as discussões em torno do tema "Pedagogia da Compaixão", com Marcelo Sando. Ainda no final do dia, haverá entrega a entrega de certificados aos participantes.

O congresso está sendo realizado na Escola Municipal Professora Alba Herculano Araújo, no distrito da Taíba, e tem como tema "Educar, Acreditar e Prosperar", voltando para subtemas como a Gestão Escolar, Avaliação na Educação e Formação de Professores. A estimativa é que mais de 500 educadores participantes do evento.

Rosto humano

"A escola deve contribuir para a formação da cidadania, propiciando na sua pedagogia um rosto mais humano"
Rui Trindade
Doutor em Ciências da Educação

Mais informações:
Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo do Amarante
Rua Menezes Pimentel, S/N
Centro
Telefone: (85) 3315.7361


MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Projeto trabalha paz e cidadania entre estudantes


COMPROMETIMENTO - 27.01.2012

A ação promove um maior diálogo entre professores e alunos, além de incentivar atividades criativas

A violência é um problema cada vez mais presente nas salas de aula. As tensões vividas na família e na comunidade reverberam no ambiente escolar, comprometendo a principal missão da escola, educar. Mas a iniciativa de algumas instituições mostra que é possível, sim, inverter a situação e fazer da escola um catalisador de uma cultura de paz para todo o entorno.

E atitudes simples podem mudar, radicalmente, uma realidade que parecia incontornável. Na Escola Municipal Valdemar Barroso, o recreio era um momento particularmente tenso por conta da violência.

"As crianças ficavam o tempo todo correndo e brincando de briga, era frequente ficarem machucados. Até os professores tinham medo de passar pelo pátio, porque os alunos levavam para a escola a rivalidade de gangues das áreas ao redor", relata a vice-diretora da instituição, Solange de Sousa Lopes.

A solução veio por meio de um projeto para promover maior diálogo entre professores e alunos, além de direcionar o intervalo entre as aulas para atividades criativas. "Quando os alunos chegam, temos um momento que chamamos de acolhida, em que conversamos sobre ética e valores. E, na hora do recreio, distribuímos bolas, cordas e jogos de montar, que tiram o foco das brigas", explica.

Dedicação

O projeto, implantado em 2008, não trouxe soluções imediatas. Foi um trabalho lento, dia após dia, em que a confiança foi conquistada com paciência e dedicação. Tanto na acolhida quanto no recreio, os diretores e coordenadores procuram estar sempre por perto.

"Na conversa, a gente acaba descobrindo se aquela criança está com algum problema. E, à medida que a gente auxilia na solução de conflitos e dificuldades, eles percebem que não precisam da violência".

Segundo a vice-diretora, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), cuja escala é de zero a cinco, pulou de 2,8 para 3,9 desde que o projeto foi implementado na Escola Valdemar Barroso.

"É muito gratificante ver o resultado de todo esse esforço. Estudantes de outros colégios ficam maravilhados com o recreio daqui, e os pais já notaram que os filhos estão mais tranquilos", ressalta Solange.

Quando se pensa em negligência infantil, a primeira coisa que vem à mente é violência doméstica, abuso sexual, sofrimento psicológico, entre outros. Mas a negligência pode ocorrer fora dessas situações, muitas vezes perpetrada de forma inconsciente.

No bairro Curió, pais de alunos da Escola Municipal João Saraiva Leão participam de pesquisa para identificar situações desse tipo. A ideia é que o colégio atue como um mediador e busque a integração das famílias ao ambiente escolar. "A negligência infantil acontece quando há omissão de cuidado por parte dos pais ou responsáveis pela criança. Por exemplo, quando a criança não tem uma higiene adequada ou se ela falta aula vários dias sem justificativa", relata Raquel Maia, da ONG Instituto da Infância (Ifan), responsável pelo projeto.

Após reuniões de sensibilização com pais e estudantes, são aplicados questionários junto aos pais para conhecer a realidade deles e seus filhos. Raquel acentua que as situações de negligência precisam ser muito bem diagnosticadas, levando-se em conta a realidade de cada família.

"Há pais que não dão a atenção necessária aos filhos porque precisam trabalhar duro para sustentar a casa, então cada caso é um caso. Não queremos apontar culpados nem acusar ninguém, mas ajudar essas famílias a perceber essas situações e ajudá-los na solução".

KAROLINE VIANA
REPÓRTER


sábado, 14 de janeiro de 2012

Processo Seletivo - Prouni

1° Semestre de 2012
O processo seletivo 1º/2012 do Prouni terá uma única etapa de inscrição com duas chamadas sucessivas.

As inscrições estarão abertas de 14 a 19 de janeiro de 2012.

Lista de Espera

Ao final das duas chamadas, as bolsas ainda não ocupadas serão disponibilizadas aos candidatos que manifestaram interesse na Lista de Espera do Prouni.
O prazo para manifestação do interesse na Lista de Espera é de 22 a 24 de fevereiro de 2012.

Veja aqui o Cronograma.