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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MEC aciona PF para investigar possível fraude, e prova poderá ser anulada para alunos da escola

Estudante publicou no Facebook cópias de suposto TD que foi repassado aos alunos antes da prova nacional

Thais Martins e Kellyanne Pinheiro - 26/10/2011 - 09:59 - Atualizada às 11h14

O Ministério da Educação acionou a Polícia Federal para investigar a possível fraude da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por um colégio de Fortaleza, informou ao Diario do Nordeste Online, na manhã desta quarta-feira (26), o asssessor de imprensa do Ministério, Nunzio Briguglio Filho.
De acordo com Nunzio, caso seja comprovada a fraude, a prova poderá ser anulada para os alunos da instituição inscritos no exame. "O MEC e o Inep estão preparados para cancelar a prova dos 639 alunos do Christus e oferecer para eles uma nova prova, realizada no fim de novembro junto com os presídios", afirma.

MPF pede anulação
 

O Ministério Público Federal no Ceará (MPF-CE) encaminhou uma recomendação ao Ministério da Educação e da Cultura- MEC para anulação do Enem 2011 em todo o Brasil. O procurador da República Oscar Costa Filho constatou irregularidade, ao comprovar a existência de 13 questões idênticas, literalmente copiadas de um simulado elaborado e distribuído entre os alunos do Colégio Christus, na cidade de Fortaleza, e encontradas nas provas do Enem.
As idênticas questões que o conteúdo foi antecipado foram as seguintes: no 1º dia, prova amarela, nº 87,46,50,74,57,34,33,32 e 2º dia, prova amarela, 113,180, 141, 173 e 154.
Segundo o procurador da República Oscar Costa Filho, o problema se repete, apresentando mais uma vez, um caso de vazamento de provas. Sem necessidade de recorrer à Justiça, o MPF considera a importância da investigação pela Polícia Federal para apurar os responsáveis, mas entender que já há provas constituídas para determinar uma atitude do MEC quanto à irregularidade, que não é mais pontual, atinge todos os inscritos no país. "É necessário que se imponha, de uma vez, a constitucionalidade no Enem, que significa o direito de recorrer em caso dos candidatos se sentirem prejudicados", explica o procurador.

Posicionamento do Colégio

De acordo com o twitter do Colégio Christus, o acerto das questões utilizadas pelo Exame é algo normal. Confira nota publicada pela instituição na noite desta terça-feira (26):
"Uma Instituição de Ensino que tenha profundo conhecimento da TRI - Teoria da Resposta ao Item - e possua vasto banco de questões fornecidas por professores, por ex-alunos e pela conversão de questões do estilo clássico para estilo ENEM poderá ter boa margem de acertos nas avaliações do ENEM e em outros vestibulares. O Colégio Christus, há vários anos, tem registrado altos índices de acertos em questões de vestibulares, o que é de conhecimento de todos."
De acordo com o diretor geral do Colégio Christus, Davi Rocha, as informações divulgadas não condizem com a postura da instituição de ensino. "Fomos pegues de surpresa", diz o diretor.
Davi escalarece ainda que o Colégio possui um banco de dados de provas dos últimos 10 anos  e que essas questões divulgadas podem ser mera coincidência. "Algumas questões são realmente idênticas, outras são apenas parecidas".
O Colégio informa ainda que irá enviar nota oficial sobre o caso ainda nesta quarta-feira (26).

Suposto vazamento

Alunos de Fortaleza que se submeteram ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no último fim de semana, denunciaram, ontem, nas redes sociais da Internet, principalmente no Facebook, o vazamento de 14 questões da prova. Segundo versões dos internautas, um colégio da Capital teria divulgado em seu simulado, antes do exame, 14 perguntas idênticas às que estavam nos cadernos do Enem. Até às 22h de ontem, o post no Facebook que mostrava as fotos do suposto simulado já tinha 1.105 comentários.

"Um colégio aqui de Fortaleza deu um TD aos alunos antes da aplicação, contendo 14 questões iguais às que caíram no Enem", postou um aluno.

Outro estudante escreveu: "a maior cara-de-pau foi terem dado os módulos sem a logo do colégio. Difícil vai ser provar! Descobriu-se porque um dos alunos divulgou para esnobar e a notícia vazou", comentou.

"Essas questões estavam na Internet, eram as questões pré-testadas, qualquer colégio poderia ter acesso a elas", explicou um aluno também no Facebook.

"Existe o banco de dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), todos têm acesso ao mesmo, e dele se tira quantas questões quiser", alegou um internauta.

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