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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Muamar Kadafi estaria morto após ação de rebeldes em Sirte

Imagem meramente ilustrativa retirada do Google Imagens

O ex-ditador da Líbia Muamar Kadafi teria sido assassinado durante a tentativa de sua captura por parte das forças rebeldes na cidade de Sirte. Informações preliminares do Conselho Nacional de Transição davam conta de que o ex-chefe teria sido ferido após ter sido capturado. O corpo dele estaria sendo levado para um local secreto.

De acordo com a agência de notícias EFE, fontes rebeldes líbias confirmaram a morte de Kadafi. O corpo dele estaria sendo transferido para um hospital em Misrata.
Segundo uma fonte do escritório de informação do Conselho Local de Misrata, Kadafi morreu nas mãos dos rebeldes durante a tomada de Sirte, sua cidade natal, que foi ocupada nesta quinta-feira pelos rebeldes após um ataque de dois meses.
Sirte era o último foco de resistência das tropas ainda leais ao ditador. As ruas de Trípoli e Sirte foram ocupadas rapidamente pela população que comemorava a notícia. Muitos tiros são disparados para o ar. Espera-se que o presidente do Conselho Nacional de Transição (CNT) Mustafa Abdel Jalil conceda entrevista coletiva.
A OTAN, aliada dos rebeldes, não confirma a informação da morte ou da captura do ditador. Em outros momentos da luta contra Kadafi já foram divulgadas informações, como a captura dos filhos do ex-ditador, que depois foram desmentidas. Os Estados Unidos também não confirmam a morte de Kadafi.

Se confirmada, a queda do ditador significa a libertação total do país. Com a queda de Kadafi e Sirte, o CNT deve iniciar a tarefa de instaurar um sistema democrático no país - a promessa era de fazer isso quando todo o território nacional estivesse sob controle do novo governo.
Kadafi, foragido da Justiça internacional por acusações de ordenar a morte de civis, foi derrubado por forças rebeldes em 23 de agosto, após 42 anos no poder. Os protestos contra o comandante começaram em fevereiro, e foram violentamente combatidas pelo então líder do país.

A expectativa é de que o ex-ditador seja encaminhado ao Tribunal Penal de Haia para ser julgado por crimes de guerra.

Conhecido pelo jeito extravagante de se vestir e por usar guarda-costas mulheres, o coronel Muamar Kadafi, 68, era o chefe de Estado não monarca há mais tempo no poder no mundo até a tomada de Trípoli, em agosto deste ano. Kadafi comandava a Líbia desde 1969, quando tinha 27 anos e depôs o rei Idris I em um golpe de Estado sangrento.

Sua sobrevivência no poder se deveu a uma combinação da mão de ferro que usava contra dissidentes com a habilidade política, que usou para romper o isolamento diplomático que marcou o país após o envolvimento em atentados terroristas.
Veja algumas das datas de destaque na trajetória política de Kadafi:

1969 - Dirige o golpe de Estado contra o rei Idris.

1973 - Após um fracassado golpe de Estado, declara uma "revolução cultural" com a inclusão dos comitês populares de base, espécies de células políticas que atuam como pequenos ministérios.

1975 - Supera uma tentativa golpista.

1976 - Publica o chamado "Livro Verde", no qual defende uma "terceira teoria universal", que rejeita o capitalismo e o socialismo, por considerá-los alheios ao contexto social árabe.

1977 - Proclama a Jamahiriya (República de massas) com a criação dos chamados comitês revolucionários (organizações de base que controlam a atividade política) do novo Estado.

1981 - Caças americanos derrubam dois aviões líbios sobre o golfo de Sirte, reivindicado por Trípoli.

1986 - Os Estados Unidos bombardeiam com mais de 30 aviões alvos em Trípoli e Benghazi, matando a filha adotiva do líder líbio.

1992 - Kadafi é sancionado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas por sua recusa em entregar os suspeitos pelos atentados contra um avião da companhia americana Pan Am, em 1988, e outro da UTA em 1989.

1994 - A ONU endurece as sanções e ordena o congelamento de ativos líbios no exterior.

1999 - Kadafi entrega os dois suspeitos pelo atentado contra a Pan Am, em Lockerbie (Escócia), e empreende uma campanha de promoção internacional.

2004 - O líder anuncia uma indenização às 160 vítimas do atentado contra a discoteca berlinense "La Belle" em 1986, pelo qual os serviços secretos líbios foram acusados.
O governo líbio e os familiares das 170 vítimas do atentado contra o avião da companhia UTA em 1989, pelo qual também se culpou a Líbia, assinam em Paris um acordo de indenização de US$ 1 milhão.

2009 - O Reino Unido entrega à Líbia o principal acusado pelo atentado de Lockerbie por estar doente.

2010 - Vários documentos diplomáticos americanos vazados pelo Wikileaks qualificam Kadafi como um homem "volúvel e excêntrico", que sofre de graves fobias e atua conforme seus caprichos.

2011
Fevereiro - Tem início uma revolta popular sem precedentes contra seu regime, fortemente reprimida por seu Exército, deixando ao menos 10 mil mortos, segundo organizações humanitárias.

Março - Começa um conflito civil.

Maio - O Tribunal Penal Internacional (TPI) solicita uma ordem de detenção contra ele, seu filho Saif al Islam e o diretor da inteligência militar do regime, seu cunhado Abdullah al Senussi, por supostos crimes contra a humanidade.

Agosto - Os rebeldes avançam e chegam a Trípoli após vários meses de combates com as tropas leais a Kadafi. Khamis Kadafi, filho de Muamar, morre enquanto comandava uma brigada de elite das forças leais ao ditador líbio. 

20 de outubro - Muamar Kadafi foi capturado e teria morrido em decorrência dos ferimentos ao ser capturado em Sirte, cidade natal do coronel e último foco de resistência das tropas ainda leais ao ditador.

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