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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Questões usadas nas provas são pré-testadas com alunos


Ministério da Educação (MEC) informou que irá esperar a conclusão das investigações da Polícia Federal para analisar se a metodologia do pré-teste será mantida ou não. Processo ainda é recente no Brasil

27.10.201101:30


As questões usadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisam, antes, ser testadas. Para isso, o Ministério da Educação (MEC) faz um pré-teste de todas as questões que serão usadas no exame no ano seguinte. Isso significa que os quesitos de 2011 foram pré-testados em 2010. É atribuído um peso a cada uma delas, que avaliam competências em três níveis – mais básicos, intermediários e mais difíceis. Os alunos não sabem que peso cada questão tem.

O pré-teste é aplicado em todo o Brasil, em algumas escolas selecionadas pelo MEC, como explica Wagner Bandeira Andriola, professor associado da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O MEC usa no Enem a Teoria da Reposta ao Item (TRI), a partir da qual as questões mais adequadas voltam ao banco de dados para o controle final e vão compor as provas do Enem.


O professor Wagner Bandeira Andriola lembra que grandes países do mundo usam essa metodologia, com o pré-teste. Nos Estados Unidos, há uma tradição de 60 anos. Na Europa, já são de 40 a 50 anos. “Aqui no Brasil, estamos engatinhando, sofisticando os procedimentos. Há ainda essas falhas que devem ser muito bem controladas, muito bem cuidadas”, avalia.


De acordo com ele, até 2010, o MEC selecionava pessoa física para ser elaborador de questões para o Enem. A partir de 2011, o Ministério passou a abrir edital para a contratação de instituições de ensino superior. “A UFC foi contemplada com um desses editais e está com uma equipe de elaboração de itens, de análise criteriosa desses itens”, informa o professor Wagner, que faz parte da equipe, junto com outros professores da UFC.


Futuro


Questionado sobre possíveis mudanças na metodologia de pré-testagem de questões para evitar possíveis vazamentos, o Ministério da Educação (MEC) informou, através da assessoria de comunicação, que o formato dos próximos pré-testes só será decidido após a conclusão do inquérito da Polícia Federal. De acordo com o Ministério, os cadernos usados em pré-testes são recolhidos após as provas, avaliados e incinerados.

Transtornos no Enem


Em 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi cancelado às vésperas da sua realização, porque a prova foi roubada da gráfica que imprimia o material. O esquema de aplicação da prova teve que ser remodelado. 
 

O exame foi aplicado dois meses depois, com um índice recorde de abstenção.
 

Em agosto de 2010, o Enem foi alvo de mais uma polêmica. Uma falha do Inep permitiu acesso livre a dados de 12 milhões de inscritos de três edições anteriores.


Informações como nome, RG, CPF, data de nascimento e nome da mãe ficaram expostos em links abertos no site do órgão.
 

Também no ano de 2010, falhas na impressão do caderno de cor amarela de uma das provas e a troca do cabeçalho da folha de respostas criaram nova polêmica.
 

Justiça Federal no Ceará chegou a anular a prova, mas governo recorreu e conseguiu validar o exame.
 

Apenas os candidatos prejudicados com a prova amarela refizeram a prova.
 

FONTE: Banco de Dados do O POVO

Daniela Nogueira
danielanogueira@opovo.com.br
Mariana Lazari
marianalazari@opovo.com.br


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