No ano passado - Publicado em 13 de novembro de 2011
É como se 120 alunos desistissem de estudar todos os dias na rede estadual; apesar disso, a evasão diminuiu no CE
O desenvolvimento educacional não está baseado apenas na quantidade de alunos matriculados nas escolas. Para que se obtenha resultados positivos, é fundamental que eles permanecem estudando. Porém, nas escolas estaduais do Ceará, há duas variáveis que ainda são verdadeiros desafios: a evasão escolar e distorção idade-série.
Segundo dados da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), somente no Ensino Médio das escolas estaduais do Estado, 43.049 alunos abandonaram as salas de aula no ano passado. O número corresponde a 12% do total de 358.742 estudantes matriculados em 2010. É como se aproximadamente 3.580 alunos desistissem de estudar a cada mês, ou 120 estudantes abandonassem as escolas estaduais todos os dias.
Ainda de acordo com os dados, a maior evasão no Estado acontece no 1º ano do Ensino Médio. Dos 146.195 estudantes matriculados no ano passado, 14,7% abandonaram a escola, o que representa o total de 21.490 alunos. Ou seja, é como se cerca de 1.790 estudantes evadissem das escolas por mês ou 60 alunos desistissem de estudar todos os dias.
Apesar dos números demonstrarem que a evasão ainda é alta, outros dados revelam uma redução significativa em relação aos anos anteriores. Segundo a Seduc, em 2005 a taxa de evasão do Ensino Médio era de 20%. Em 2008, dos 358.991 estudantes matriculados, 15,65% abandonaram a escola. Já em 2009, dos 365.912 estudantes do Ensino Médio, 14,8% evadiram dos bancos escolares. Outra problemática apontada no Censo Escolar é a distorção idade- série, ou seja, os estudantes que estão atrasados. Para se ter uma ideia, segundo a Seduc, somente no ano passado, 14,9% do total de estudantes do Ensino Médio (358.742) estavam atrasados, o que corresponde a 50.546 alunos em distorção idade-série.
A pior situação também está no 1º ano do Ensino Médio, em que 15,3% dos 146. 195 alunos se encontravam fora de faixa, o que corresponde a 22.367 estudantes atrasados.
Porém, se comparamos com os anos anteriores também houve redução bastante significativa. Em 2008, dos 358.991 estudantes matriculados 22% estavam atrasados. No ano 2000, dos 365.912 alunos do Ensino Médio, 21% apresentavam distorção idade-série.
Transição
Para o psicólogo e mestre em educação, Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, o crescimento da evasão escolar se inicia na passagem do Ensino Fundamental para o Médio. Segundo ele, é justamente nesse período de transição entre a infância e a adolescência que o abandono aparece. O mestre em educação explica que, entre diversos aspectos, a cultura familiar de não valorização da escola ainda prevalece. "Na maioria das vezes, os pais desses estudantes passaram pouco tempo na escola. Diante disso, por qualquer motivo tiram o filhos do colégio", diz.
Conforme Marco Aurélio, a culpa da evasão escolar está diretamente associada a quem tem autoridade sobre os estudantes: os pais. Por outro lado, ele afirma que o berço familiar frágil, situações de vulnerabilidade e risco fazem com que os adolescentes não se adaptem à disciplina escolar. Além disso, para o professor, o jovem tem muita demanda de ordem psicológica e social que muitas vezes o afastam do ambiente escolar. "A não aceitação do grupo de amigos, o término de um namoro, questões pessoais subjetivas provocam essa distância. Além de questões sociais, as pessoais e subjetivas são bastante significativas para os jovens", analisa.
KARLA CAMILA
ESPECIAL PARA CIDADE
Para o psicólogo e mestre em educação, Marco Aurélio de Patrício Ribeiro, o crescimento da evasão escolar se inicia na passagem do Ensino Fundamental para o Médio. Segundo ele, é justamente nesse período de transição entre a infância e a adolescência que o abandono aparece. O mestre em educação explica que, entre diversos aspectos, a cultura familiar de não valorização da escola ainda prevalece. "Na maioria das vezes, os pais desses estudantes passaram pouco tempo na escola. Diante disso, por qualquer motivo tiram o filhos do colégio", diz.
Conforme Marco Aurélio, a culpa da evasão escolar está diretamente associada a quem tem autoridade sobre os estudantes: os pais. Por outro lado, ele afirma que o berço familiar frágil, situações de vulnerabilidade e risco fazem com que os adolescentes não se adaptem à disciplina escolar. Além disso, para o professor, o jovem tem muita demanda de ordem psicológica e social que muitas vezes o afastam do ambiente escolar. "A não aceitação do grupo de amigos, o término de um namoro, questões pessoais subjetivas provocam essa distância. Além de questões sociais, as pessoais e subjetivas são bastante significativas para os jovens", analisa.
KARLA CAMILA
ESPECIAL PARA CIDADE
Nenhum comentário:
Postar um comentário