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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Estudantes protestam contra reforma universitária


O governo quer aumentar a sustentabilidade financeira universitária. Os alunos alegam que haverá privatização

11.11.2011| 01:30


Milhares de estudantes protestaram ontem nas ruas das principais cidades da Colômbia contra um projeto de reforma da educação superior, que o presidente da República, Juan Manuel Santos, propôs retirar caso seja encerrada a greve universitária iniciada um mês atrás. Em Bogotá, os alunos concentraram-se na frente das universidades e foram em passeata por diversas ruas até a praça Bolívar, no Centro da capita. Com bandeiras, muitos deles com as caras pintadas, os estudantes conduziram cartazes com inscrições como “Não educamos capital humano, mas seres humanos” e “Não à mudança da lei, sim à mudança do país”.

A segurança em Bogotá foi reforçada com 2.500 agentes. Manifestações semelhantes ocorreram nas principais cidades de Colômbia, entre as quais Medellín, no Noroeste, e Cali, no Sudoeste, com participação em massa.


Pouco mais de meio milhão de estudantes das 32 universidades públicas da Colômbia estão em greve há um mês, como repúdio ao projeto de reforma da lei de educação superior, que afirmam ter como objetivo privatizar as instituições. Os grevistas questionam o fato de esse projeto legislativo não ter sido debatido com o setor universitário antes de ser apresentado ao Congresso Nacional em Bogotá, onde o governo de Santos tem ampla maioria.


Os protestos estudantis e as críticas do setor acadêmico levaram na quarta-feira o presidente a declarar que retiraria o projeto de reforma se a greve universitária fosse encerrada.


Os alunos anunciaram uma assembleia nacional amanhã para decidir sobre o fim da greve universitária. “Retirar a reforma é uma saída demagógica para que se diga que há diálogo, que o governo é conciliador. Mas eles vão montar uma nova reforma e não vão nos levar em conta”, disse um dos manifestantes, Leonardo González, de 24 anos, prestes a se formar na Universidade Pedagógica.


A reforma da lei busca assegurar a sustentabilidade financeira das instituições de ensino superior, assim como aumentar sua cobertura com ampliação do crédito educativo, de acordo com o projeto. Segundo seus críticos, no caso de a reforma ser aplicada nas universidades, estas obteriam uma porcentagem cada vez menor de recursos públicos.


As universidades públicas da Colômbia receberam cerca de 0,46% do produto interno bruto (PIB) entre 2002 e 2011, de acordo com um estudo do Centro de Pesquisa para o Desenvolvimento. (das agências de notícias)



ENTENDA A NOTÍCIA


Os protestos na Colômbia começaram no dia 12 de outubro, quando houve enfrentamentos entre polícia e estudantes. Outra ação ocorreu no último dia 21.Também houve mobilização contra a privatização do ensino

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